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23/04/2009O engenheiro da amizade - Paulo Azevedo
23/04/2009Paulo Azevedo // Advogado
pauloazevedo2@terra.com.br
Tive a honra de conviver com esse engenheiro de amizades aos 12 anos no Colégio Diocesano de Garanhuns, onde, juntos, concluímos o curso ginasial, nos idos de 1964. Já naquela época o nosso amigo Cali como o chamávamos, revelava-se um vocacionado na construção de amigos. Sua engenharia não permitia outro tipo de construção que não fôsse conciliar os inconciliáveis e alargar suas amizades. De origem burguesa, posto que seu pai, o também ex-senador da República Wilson Campos era um próspero empresário pernambucano, Carlos Wilson sempre agia de forma simples, nivelando-se aos mais humildes colegas do internato. Solidário em todos os momentos, distribuia as guloseimas que quinzenalmente seus pais lhe mandavam, o que fazia com o maior prazer, muitas vezes até, se privando de algumas para atender os menos favorecidos.
Um fato curioso é digno de registro. Diariamente recebia o único jornal que circulava em Garanhuns, o secular Diario de Pernambuco. Seus colegas, ávidos por notícias e aí me incluo, eram os primeiros a ler e reler o Diario e quando o nosso Cali tinha o "direito" de usufruir do seu jornal, este já estava todo amassado quando não rasgado, tamanho o número de colegas que o manuseiava. Concluído o curso ginasial em 1964 iria eu retornar à pequena cidade de Água Preta onde nasci, e naturalmente não iria mais estudar pois alí não havia curso clássico e nem meu pai tinha condições de colocar-me em outro colégio. Sensibilizado com minha situação, Carlos Wilson simplesmente ofereceu-me sua casa em Recife para que pudesse dar seguimetno aos meus estudos. Seus pais, já sabendo do largo coração desse engenheiro, acolheram-me como filho, acontecimento que marcou minha vida e que sou sempre grato. Carlos Wilson era manso por natureza, aliás, qualidade e marca registrada de sua generosa mãe, a minha madrinha D. Terezinha. A sua vida foi pautada na construção de amizades e restabelecimento de outras perdidas no tempo. Nessa grande missão que teve em vida deixou suamarca em Brasília, no Senado Federal como senador da república, na Câmara Federal como deputado mais jovem do Brasil e no governo de Pernambuco como seu chefe maior, governador por 11 meses, graças a inteligência do também inesquecível Miguel Arraes que o fez seu vice. Em todo o estado de Pernambuco esse inigualável engenheiro de amizades o fazia, tijolo por tijolo, concluindo e restaurando belíssimas construções do amor e da fraternidde. Com toda certeza o nosso Cali está ao lado de Deus, orando e usando seus atributos de construtor de amigos, em busca da paz entre os povos. Que o Deus abençoe os seus irmãos André e George, seus filhos e netos, fazendo-os desenvolver essa marca registrada desse homem público de extrema sensibilidade e solidariedade para com todos e também do amigo fraterno que deixa saudades mas não esquecimento. A D.Terezinha, mãe dedicada e afetuosa, a certeza do reencontro em outra dimessão com esse filho que nós também aprendemos a gostar e amar.
pauloazevedo2@terra.com.br
Tive a honra de conviver com esse engenheiro de amizades aos 12 anos no Colégio Diocesano de Garanhuns, onde, juntos, concluímos o curso ginasial, nos idos de 1964. Já naquela época o nosso amigo Cali como o chamávamos, revelava-se um vocacionado na construção de amigos. Sua engenharia não permitia outro tipo de construção que não fôsse conciliar os inconciliáveis e alargar suas amizades. De origem burguesa, posto que seu pai, o também ex-senador da República Wilson Campos era um próspero empresário pernambucano, Carlos Wilson sempre agia de forma simples, nivelando-se aos mais humildes colegas do internato. Solidário em todos os momentos, distribuia as guloseimas que quinzenalmente seus pais lhe mandavam, o que fazia com o maior prazer, muitas vezes até, se privando de algumas para atender os menos favorecidos.
Um fato curioso é digno de registro. Diariamente recebia o único jornal que circulava em Garanhuns, o secular Diario de Pernambuco. Seus colegas, ávidos por notícias e aí me incluo, eram os primeiros a ler e reler o Diario e quando o nosso Cali tinha o "direito" de usufruir do seu jornal, este já estava todo amassado quando não rasgado, tamanho o número de colegas que o manuseiava. Concluído o curso ginasial em 1964 iria eu retornar à pequena cidade de Água Preta onde nasci, e naturalmente não iria mais estudar pois alí não havia curso clássico e nem meu pai tinha condições de colocar-me em outro colégio. Sensibilizado com minha situação, Carlos Wilson simplesmente ofereceu-me sua casa em Recife para que pudesse dar seguimetno aos meus estudos. Seus pais, já sabendo do largo coração desse engenheiro, acolheram-me como filho, acontecimento que marcou minha vida e que sou sempre grato. Carlos Wilson era manso por natureza, aliás, qualidade e marca registrada de sua generosa mãe, a minha madrinha D. Terezinha. A sua vida foi pautada na construção de amizades e restabelecimento de outras perdidas no tempo. Nessa grande missão que teve em vida deixou suamarca em Brasília, no Senado Federal como senador da república, na Câmara Federal como deputado mais jovem do Brasil e no governo de Pernambuco como seu chefe maior, governador por 11 meses, graças a inteligência do também inesquecível Miguel Arraes que o fez seu vice. Em todo o estado de Pernambuco esse inigualável engenheiro de amizades o fazia, tijolo por tijolo, concluindo e restaurando belíssimas construções do amor e da fraternidde. Com toda certeza o nosso Cali está ao lado de Deus, orando e usando seus atributos de construtor de amigos, em busca da paz entre os povos. Que o Deus abençoe os seus irmãos André e George, seus filhos e netos, fazendo-os desenvolver essa marca registrada desse homem público de extrema sensibilidade e solidariedade para com todos e também do amigo fraterno que deixa saudades mas não esquecimento. A D.Terezinha, mãe dedicada e afetuosa, a certeza do reencontro em outra dimessão com esse filho que nós também aprendemos a gostar e amar.