Fonte: Conselho Federal da OAB

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, reuniu-se em Belém (PA) com três irmãs da Congregação de Notre Dame de Namur, a mesma à qual pertencia a norte-americana Dorothy Stang, que foi assassinada na cidade paraense de Anapu, em 12 de fevereiro de 2005. Durante o encontro, as irmãs Kathryne Webster, Rebeca Spires e Jane Elizabeth Dwyer reivindicaram da OAB apoio no sentido de que seja realizado o rápido julgamento dos assassinos de Dorothy, todos em liberdade. O encontro se deu no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, onde acontece a IV Conferência Internacional de Direitos Humanos, promovida pela OAB.

Na reunião, as irmãs ratificaram o entendimento de que o crime cometido contra Dorothy foi premeditado por um grupo organizado e não uma simples reação raivosa à atuação que ela vinha desempenhando no Estado. São acusados do crime Rayfran das Neves, Regivaldo Galvão (suspeito de ser o organizador do grupo, mas que nunca foi a julgamento) e Vitalmiro Bastos, mais conhecido como Bida - que foi inocentado das acusações pelo Tribunal do Júri em maio de 2008, decisão essa que acabou sendo declarada nula pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Pará, em razão do uso de provas ilícitas.  

A Britto, elas pediram apoio no sentido de que seja marcada logo a data do novo julgamento de Bida e que a OAB defenda o aprofundamento das investigações. "É preciso buscar a verdade e a quebra de mais um caso de impunidade. O crime encomendado de Dorothy Stang assombrou a Amazônia, o Brasil e o mundo", afirmou Rebeca. Da reunião participaram, também, a secretária-geral da OAB Nacional, Cléa Carpi da Rocha, e o secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, ministro Paulo de Tarso Vannuchi. Após a reunião, as três irmãs Notre Dame entregaram ao presidente da OAB um documento contendo vários itens de suas reivindicações quanto ao julgamento do crime que vitimou Dorothy Stang.