Honra e dignidade - Luciano Pereira de Carvalho

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05/03/2010

Honra e dignidade - Luciano Pereira de Carvalho

05/03/2010
Honra e dignidade - Luciano Pereira de Carvalho

Publicado no Diario de Pernambuco - 05.03.2010

adv.luc@terra.com.br

A honra é filha da ética. Que, por sua vez, alude à conduta humana definindo os valores sociais e distinguindo o bem do mal. O certo do errado. O público do privado. Para ter honra o homem necessita de ser ético, ter dignidade. Difundir a grandeza de espírito e desfrutar da liberdade de fazer aquilo que as leis permitem. Ou seja, manter a virtude do hábito de cumprir o próprio dever. Coisa que, lamentavelmente não ocorre com os políticos brasileiros. Há mais de um século Rousseau já dizia que: "Mesmo o mais forte nunca será suficientemente forte para ser sempre o senhor se não transformar a sua força em direito e, a obediência em dever".

Os últimos acontecimentos de corrupção explícita envolveu, mais uma vez, parcela ponderável da nossa classe política. Como sempre, o saque indevido aos cofres públicos. Que, aliás, já nem chega mais a estarrecer a nossa população. Porém, certamente deve ter causado espanto nos demais países do mundo. Mas aqui não.Até porque, os acontecimentos de agora já são consequência de outras práticas desonestas também identificadas como "mensalão" envolvendo notadamente membros do PT, partido da estrela vermelha. Paralelamente a isso, sem que qualquer um deles tenha sido punido, mas, ao contrário, que continuam detendo funções de destaque no Congresso Nacional. Temos até deputado que construiu uma mansão cinematográfica sem comprovar a origem do dinheiro. Senador que tinha a manutenção de uma filha fora do casamento, paga por uma empresa privada. Um outro, também senador, que não conseguiu justificar a aquisição das várias fazendas agrícolas no norte do país. Para relacionar aqui, tantos outros casos igualmente "cabeludos" e conhecidos, só se me fosse concedido o espaço de um tablóide inteiro e especial do Diario. Mas, agora, o que causou maior indignação foi o flagrante com uma série de filmagens das cenas degradantes, com o acondicionamento dos pacotes de dinheiro em bolsas, cuecas e meias. E a maior insensatez, para não dizercinismo foram os pronunciamentos justificadores dos atos delituosos. Teve até imitador dos três mosqueteiros e o popular Robin Hood, aquele que roubava dinheiro dos ricos para repassar aos pobres. Lembram? Só que, "o nosso Robin Hood", o atual, é mais sofisticado. Declarou em público que aquele dinheiro que todos viram receber se destinava a distribuir "panetones" com a população pobre de Brasília.

Enquanto isso, Chico Buarque, em uma de suas canções identifica o outro lado da população brasileira composta da: "A ala dos barões famintos". "O bloco dos napoleões retintos" e "Os pigmeus do boulevard".
 

 

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