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08/08/2011Curriculum-Vitae de um aposentado - Giovanni Mastroianni
08/08/2011Publicado no Diario de Pernambuco - 08.08.2011
Interessante programação a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf – cumpria com seus empregados, quando estavam em vias de se aposentar. Ignoro se essa atividade ainda faz parte de suas inesgotáveis promoções. Participei de uma delas, às vésperas de minha aposentadoria. Nesses encontros os prós e contras eram debatidos, antecipando o porvir de cada um dos envolvidos, desejosos de antever o que lhes reservava o futuro próximo.
Lembro-me, como se fosse hoje que, por alguns instantes, eu me sentia elevado em sonhos, gozando as delícias de férias permanentes e sem fim. Também, fazendo uma reflexão de quanto poderia ser frustrante o futuro de quem, durante quase toda uma existência, exercera as mais diversas atividades, muitas delas concomitantes. Nesse caso, certamente, teria, sem dúvida alguma, um resto de vida decepcionante sob todos os aspectos.
Vinham-me, então, à mente os momentos em que, com todo vigor, gozando de plena saúde, acumulara dezenas de funções e, também, as mais diversificadas atividades. Uma delas, a que mais marcara, sem dúvida, a de ser escolhido, em 1959, como secretário das primeiras escolas superiores criadas em todo o interior do estado de Pernambuco: as Faculdades de Direito e de Odontologia de Caruaru, encargo bem oneroso, tendo em vista o pioneirismo do acontecimento.
Como prêmio, dez anos depois, a designação para professor da cadeira de Direito Judiciário Penal, ministrada no quinto ano daquele curso. O reconhecimento pela dedicação à entidade foi demonstrado através dos estudantes da Fadica e até mesmo da FOC, circunstância patenteada com as constantes escolhas de homenageado especial, paraninfo e patrono de cada turma que concluía os cursos jurídicos ou odontológicos, fatos gravados nas placas ainda lá expostas.
Em artigo publicado há cerca de dois anos, aqui nesta mesma coluna do Diario de Pernambuco, sob o título de “A espinhosa profissão de professor”, tive oportunidade de afirmar: “os bacharéis de 1968 da Faculdade de Direito de Caruaru, ao comemorarem, festivamente, seus quarenta anos de formatura, tributaram-me novas homenagens. Hoje, não mais alunos, mas atuantes profissionais, muitos dos quais alcançaram destaque como secretários de Estado, delegados de polícia, promotores, juízes de Direito, deputados, prefeitos e por haverem ocupado altos cargos, nas administrações públicas regionais”.
Hoje em dia, já aposentado, sem mais exercer as atividades de advogado, administrador, professor universitário, radialista, publicitário, funcionário público e muitas outras mais, preso a um ideal que teve início ainda na década de 50, encontro-me em plena atividade no exercício de Primeiro Secretário da Associação Caruaruense de Ensino Superior – ASCES – e, para não me ausentar das lides jornalísticas, continuo colaborando nesta coluna do Diario de Pernambuco.