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03/02/2010Comentários - Roque de Brito Alves
03/02/2010![Comentários - Roque de Brito Alves](https://www.oabpe.org.br/files/news/image.jpg)
Publicado no Diario de Pernambuco - 03.02.2010
jodigitacao@hotmail.com
1 - No impressionante dinamismo da vida cultural francesa, além das inúmeras exposições de artes plásticas não somente em Paris como em quase todas as cidades da França, destaca-se o expressivo número de prêmios literários (100) durante todo o ano e para o qual concorrem não somente os autores de romances ou de poemas como também historiadores, filósofos, críticos de arte, etc. em grande quantidade e qualidade.
Sem dúvida, o mais famoso e disputado é o "Prix Goncourt" destinado aos autores de peças literárias, sobretudo as de prosa e cujo vencedor é escolhido por um jury composto de membros da Academia Goncourt que se reúne, para tal finalidade, em um almoço no tradicional restaurante "Drouant", em Paris. Outros prêmios importantes são o Femina, o Renaudot e o Médicis. Nas livrarias de Paris, encontramos grandes nomes da cultura francesa do presente e passado recente em romance, poesia, história, ensaios, filosofia, críticos de arte, etc., de quem nunca ouvimos falar em nosso país, sem tradução alguma ou mesmo em suas obras originais em nossas livrarias, inteiramente desconhecidos mesmo que tenham sido premiados.
2 - Na tragédia sofrida pelo povo do Haiti, nenhuma notícia na imprensa nacional e estrangeira sobre qualquer auxílio dado pelos grandes bancos que no ano passado receberam vultosas doações em bilhões de dólares dos governos para salvá-los da falência. Recuperados atualmente, já apresentando lucros fabulosos com seu "coração de pedra" nenhuma doação fizeram ao Haiti, numa demonstração mais evidente de insensibilidade social e humana em relação aos que sofrem, pois para os banqueiros não existe humanamente o irmão que é o próximo em sua necessidade e sim apenas existe em termos do ser humano como um cliente...
3 - Foi dito por magistrado que a Justiça em nosso país trata igualmente os pobres e os ricos porém conforme as estatísticas recentes do Ministério da Justiça existem atualmente em nossas prisões cerca de quinhentos mil reclusos e perguntamos: em nossas penitenciárias existirão pelo menos dez ricos condenados?... Duvidamos... pois a nossa população carcerária é composta de pessoas pobres, de cor, sem instrução, o que uma simples visita pode comprovar.
4 - A tese do "vazio existencial", da "perda de graça ou motivação para viver" é novamente reafirmada nas pesquisas atuais para a explicação dos suicídios na Europa e nos Estados Unidos, pois os muitos ricos confessaram que a posse dos bens materiais não trazia a felicidade, "não se sentiam felizes mesmo sendo ricos" tendo tudo que querem ou o que sonham. E o mais trágico é que - sobretudo na Escandinávia - a destruição da própria vida atinge a faixa etária de 18 a 25 anos.
É o paradoxo, o mistério da alma humana: os que não têm nada, os pobres matam-se por que nada possuem, por não suportarem a humilhação da miséria e os muito ricos matam-se também porque se sentem infelizes, as suas "vidas estão vazias", pois realmente o dinheiro como um deus não é sinônimo de felicidade, é uma ilusão noverdadeiro significado da palavra.
5 - De há muito que existe em nosso país uma antecipada propaganda eleitoral que viola a legislação específica, todos constatam isso e somente o Ministério Público (que é também fiscal de execução da lei) e os juízes eleitorais são os únicos que ainda não perceberam tal propaganda ilegal...
6 - Enquanto muitas de tradicionais agremiações carnavalescas pernambucanas sofrem com a falta de recursos até para sua exibição (o Clube Vassourinhas e O "Das Pás" não desfilam mais), são gastos milhões de reais com artistas que não têm coisa alguma a ver com o carnaval pernambucano, o que é lamentável e injustificável.