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16/07/2009A Confraria da Educação - Inácio Feitosa
16/07/2009Publicado no Diario de Pernambuco - 16.07.2009
inacio@esbj.com.br
Em momentos de ultraliberalismo planetário, de crise sistêmica do capitalismo global, nada mais importante do que falarmos de educação. Não é possível falar das estruturas agressivas de um modelo injusto e perdulário de economia e de sociedade sem colocar no centro das discussões a dignidade humana. Por outro lado, não é possível alterar o quadro atual de desigualdades e de injustiças, sem que tenhamos as condições objetivas para compreender as patologias sociais contemporâneas e seu impacto na vida da maioria do povo brasileiro.
Mas esse nível de consciência política implica necessariamente que a sociedade como um todo e os excluídos, em particular, possam compreender os problemas que acompanham o nosso cotidiano e seus vínculos com os modelos políticos e econômicos forjados no curso da nossa própria história.
O grande economista indiano Amartya Sem - prêmio Nobel de Economia - afirmou que o desenvolvimento está vinculado aoprocesso de expansão das liberdades reais que as pessoas devem desfrutar. Este conteúdo de liberdade humana real "contrasta com visões mais restritas de desenvolvimento, como as que identificam desenvolvimento com crescimento do Produto Nacional Bruto (PNB), aumento de rendas pessoais, industrialização, avanço tecnológico ou modernização social". Para ele, um verdadeiro desenvolvimento é incompatível com a privação de liberdades: pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destruição social sistemática, negligência de serviços públicos e intolerância ou interferência excessiva de estados opressivos.
É exatamente esse o pensamento econômico crítico brasileiro, forjado através dos escritos formulados por Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Josué de Castro, Milton Santos, Cristovam Buarque e tantos outros. Foram os seus estudos que colocaram o progresso econômico no contexto da cooperação produtiva e na distribuição, para que seja compatível com os ideais de liberdade, justiça, igualdade e paz.
A Confraria da Educação, que se reúne permanentemente para conversar sobre temas que preocupam e afetam diretamente as camadas sociais mais debilitadas pelas patologias sociais contemporâneas, tem colocado como centro das discussões um paradigma fundamental, uma educação de qualidade para todos; um ensino competente e crítico para a juventude brasileira, tal como anunciara há anos um mestre, um cidadão do mundo: o educador Paulo Freire.
O paradigma fundamental dessas transformações, repetimos finalmente, é a educação. E nisso estamos com o discurso e a luta sem tréguas desencadeada por esse grande brasileiro, esse grande pernambucano Cristovam Buarque de Holanda, presidente de honra de nossa Confraria.
A sua presença, nessa confraria, reacende e realimenta as nossas aspirações e o nosso desejo de transformação; de não parar jamais a luta por uma educação de qualidade. Mesmo sabendo que "Uma coisa é por ideias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de mil-e-tantas misérias". João Guimarães Rosa.
Em momentos de ultraliberalismo planetário, de crise sistêmica do capitalismo global, nada mais importante do que falarmos de educação. Não é possível falar das estruturas agressivas de um modelo injusto e perdulário de economia e de sociedade sem colocar no centro das discussões a dignidade humana. Por outro lado, não é possível alterar o quadro atual de desigualdades e de injustiças, sem que tenhamos as condições objetivas para compreender as patologias sociais contemporâneas e seu impacto na vida da maioria do povo brasileiro.
Mas esse nível de consciência política implica necessariamente que a sociedade como um todo e os excluídos, em particular, possam compreender os problemas que acompanham o nosso cotidiano e seus vínculos com os modelos políticos e econômicos forjados no curso da nossa própria história.
O grande economista indiano Amartya Sem - prêmio Nobel de Economia - afirmou que o desenvolvimento está vinculado aoprocesso de expansão das liberdades reais que as pessoas devem desfrutar. Este conteúdo de liberdade humana real "contrasta com visões mais restritas de desenvolvimento, como as que identificam desenvolvimento com crescimento do Produto Nacional Bruto (PNB), aumento de rendas pessoais, industrialização, avanço tecnológico ou modernização social". Para ele, um verdadeiro desenvolvimento é incompatível com a privação de liberdades: pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destruição social sistemática, negligência de serviços públicos e intolerância ou interferência excessiva de estados opressivos.
É exatamente esse o pensamento econômico crítico brasileiro, forjado através dos escritos formulados por Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Josué de Castro, Milton Santos, Cristovam Buarque e tantos outros. Foram os seus estudos que colocaram o progresso econômico no contexto da cooperação produtiva e na distribuição, para que seja compatível com os ideais de liberdade, justiça, igualdade e paz.
A Confraria da Educação, que se reúne permanentemente para conversar sobre temas que preocupam e afetam diretamente as camadas sociais mais debilitadas pelas patologias sociais contemporâneas, tem colocado como centro das discussões um paradigma fundamental, uma educação de qualidade para todos; um ensino competente e crítico para a juventude brasileira, tal como anunciara há anos um mestre, um cidadão do mundo: o educador Paulo Freire.
O paradigma fundamental dessas transformações, repetimos finalmente, é a educação. E nisso estamos com o discurso e a luta sem tréguas desencadeada por esse grande brasileiro, esse grande pernambucano Cristovam Buarque de Holanda, presidente de honra de nossa Confraria.
A sua presença, nessa confraria, reacende e realimenta as nossas aspirações e o nosso desejo de transformação; de não parar jamais a luta por uma educação de qualidade. Mesmo sabendo que "Uma coisa é por ideias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de mil-e-tantas misérias". João Guimarães Rosa.